segunda-feira, 21 de maio de 2018

O Evangelho Segundo o Espiritismo






Introdução (Parte I - 2ªp.)







                                  POR BLOG O EVANGELHO SEGUNDO OS ESPÍRITOS SUPERIORES                                  







PARTE I - 2ª parte


I- Objetivos desta obra.°

>1ª parte - 1º parágrafo (as cinco partes do Novo Testamento);
>2ª parte - 2º ao 5º parágrafos (moral evangélica);°
>3ª parte - 6º ao 8º parágrafos (Espiritismo - "chave" de entendimento do Novo Testamento).


II- Autoridade da Doutrina Espírita. Controle universal do ensino dos Espíritos.
III- Notícias históricas.
IV- Sócrates e Platão, precursores da ideia cristã e do Espiritismo.


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° I - Tópico sendo abordado em estudo.




°  1ª parte - Tópico abordado em publicação anterior.


° 2ª parte - Tópico abordado na presente publicação.



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 I - OBJETIVO DESTA OBRA  (2ª parte - moral evangélica)



Toda a gente admira a moral evangélica; todos lhe proclamam a sublimidade e a necessidade; muitos, porém, assim se pronunciam por fé, confiados no que ouviram dizer, ou firmados em certas máximas que se tornaram proverbiais. Poucos, no entanto, a conhecem a fundo e menos ainda são os que a compreendem e lhe sabem deduzir as consequências. A razão está, por muito, na dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho que, para o maior número dos seus leitores, é ininteligível. A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem fazem que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito. Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas. Impossível, então, apanhar-se-lhes o conjunto e tomá-los para objeto de leitura e meditações especiais.(A)

É certo que tratados já se hão escrito de moral evangélica; mas o arranjo em moderno estilo literário lhe tira a primitiva simplicidade que, ao mesmo tempo, lhe constitui o encanto e a autenticidade. Outro tanto cabe dizer-se das máximas destacadas e reduzidas à sua mais simples expressão proverbial. Desde logo, já não passam de aforismos, privados de uma parte do seu valor e interesse, pela ausência dos acessórios e das circunstâncias em que foram enunciadas.(B)

Para obviar a esses inconvenientes, reunimos, nesta obra, os artigos que podem compor, a bem dizer, um código de moral universal, sem distinção de culto. Nas citações, conservamos o que é útil ao desenvolvimento da ideia, pondo de lado unicamente o que se não prende ao assunto. Além disso, respeitamos escrupulosamente a tradução de Sacy, assim como a divisão em versículos. Em vez, porém, de nos atermos a uma ordem cronológica impossível e sem vantagem real para o caso, grupamos e classificamos metodicamente as máximas, segundo as respectivas naturezas, de modo que decorram umas das outras, tanto quanto possível. A indicação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite se recorra à classificação vulgar, quando oportuno.(C)

Esse, entretanto, seria um trabalho material que, por si só, apenas teria secundária utilidade. O essencial era pô-lo ao alcance de todos, mediante a explicação das passagens obscuras e o desdobramento de todas as consequências, tendo em vista a aplicação dos ensinos a todas as condições da vida. Foi o que tentamos fazer, com a ajuda dos bons Espíritos que nos assistem.(D)



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A) "Toda a gente admira a moral evangélica; todos lhe proclamam a sublimidade e a necessidade; ...". Trata-se a moral evangélica presente no Evangelho cristão de uma tal perfeição celestial facilmente percebida, alguns a percebem com o raciocínio, e outros percebem com o raciocínio e com o coração, todos não sabem explicar essa perfeição, enxergando nela muitos mistérios. São os ensinamentos de Jesus Nosso Mestre, não são ensinamentos próprios de homens comuns e mortais como nós, Jesus ao dizer de si mesmo que Ele não pertence a este mundo já dá uma informação muito importante sobre a razão de tal perfeição, pois não sendo Ele deste mundo Ele vem nos trazer a legislação existente e comum em toda a extensão do Universo. Cada qual percebe a moral evangélica de modo diferente com o coração e a mente, tal percepção assim se traduz por significações diferentes mais ou menos profundas, abstraídas individualmente de um texto evangélico, que leu ou ouviu. Portanto fato é que havendo um grau de entendimento e sensibilidade com que cada pessoa percebe a nobreza moral do Evangelho de Jesus não podemos nunca considerar somente aqueles que o apreciam, e aqueles que o estudam, todos seguindo de acordo com a religião a que são adeptos e professam, mas também aqueles que não lêem e não escutam o Evangelho, por não se importarem, não se interessarem, em procurar segui-lo, sobre estes últimos a imagem significativa que constroem consciencialmente quanto ao distanciamento entre a realidade que vivem e a realidade para se viver oferecida pelo Evangelho de Jesus é ainda maior. Assim sendo é fato que todos percebem a perfeição na qual se traduz o Evangelho cristão, incluindo ainda aqueles ao redor do mundo que têm endurecido o coração e a consciência, cada qual de um modo diferente.

Sendo perfeita a moral evangélica é mensagem de grande beleza, a que todos aspiram como ideal de vida entre os homens (mesmo entre aqueles que não a seguem, não se importando com ela), mas que reconhecem em si mesmos a dificuldade para conseguir colaborar para a concretização de tal moral na vida diária com o objetivo do aperfeiçoamento da vida humana coletiva a nível familiar e social. Uma vez que os sentimentos e interesses nobres ensinados pelo Evangelho cristão são de um distanciamento moral imenso em relação aos sentimentos e interesses humanos ainda tão animalizados, reconhecem as pessoas tratar-se de uma realidade esse distanciamento, trata-se de sentir esta disparidade no imo do coração, e entende-se o motivo pelo qual se percebe isso, é percebido pelo coração e pelo entendimento, percebe-se se tratar de um antagonismo entre o celeste e o humano. Sentimos o distanciamento pelo coração e pelo entendimento, porque estamos com deficiências morais em nossa personalidade. E ainda mais antagônico é que quantos, se apercebendo diante dos próprios defeitos morais os quais os entendem tão somente como grandes virtudes humanas, entendem também que diante das virtudes celestes apregoadas pelo Evangelho tornam-se tais virtudes humanas pequenas demais quando comparam ambas, e assim sentem-se apequenados e comovidos diante de tal comparação, fazendo-os sofrer em alguma intensidade, e sofrem ainda também pelo fato de encontrarem diante do fato de não saberem como resolver isso dentro do próprio íntimo, sentem assim que é impossível alcançar tal superioridade, mas não percebem que essa imagem que lhes salta aos olhos, a imagem do intransponível, é porque não abrem mão de continuarem a ser como são a cada dia, um milímetro que seja, porque convém que continuem sendo o que são diante da realidade social coletiva conveniente a qual pertencem, e ainda porque é sacrificante a ideia do sacrifício mínimo, pois que o mínimo já se agiganta, percebendo que esse mínimo já é um despojar-se de si mesmo. Mas os corações mais humildes, de qualquer classe social, tem uma certa facilidade de entender isso, de traduzir para si mesmos toda essa situação complexa do existir, que é abrindo mão do que passaram a vida inteira usufruindo e realimentando (é o usufruto  abstrato, e a sua reprodução é materialmente, sendo assim também usufruído), e assim começam a agir dentro de si mesmos, na intensidade espiritual que lhes é própria, transformando em realidade material pouco a pouco, e tornando-se também pouco a pouco (o que não se dá rapidamente, e sim ao longo de um período de tempo), e cada vez mais, notáveis diante de olhos alheios por essa transformação sem alarde, e sem divulgação, sem auto promoção, assim despertando também de forma discreta a coletividade da realidade social a qual pertence. A proclamação da sublimidade e da necessidade é praticada pelas pessoas que sentem essa necessidade dentro delas, mas essa proclamação sem dúvida que se dá de diversas maneiras, e não apenas na significação literal a que nos permite entender as palavras de Kardec: "...; todos lhe proclamam ...", porque a forma literal muitas pessoas de fato já fazem em praças públicas, e diante dos fiéis nas instituições religiosas, assim, não sendo a única maneira como isso se dá na sociedade existem as maneiras silenciosas pelas quais isso se dá, que é pelo exemplo desinteressado.

"... muitos, porém, assim se pronunciam por fé, confiados no que ouviram dizer, ou firmados em certas máximas que se tornaram proverbiais.". Kardec aponta um segundo grupo de pessoas, formada por aquelas que ouviram outras pessoas transmitirem os ensinamentos do Evangelho (em igreja que frequentam, nas praças públicas, por visitas na própria residência, por parentes, ...), mas que não teriam nunca tido a oportunidade de ler o Evangelho por elas próprias (motivos vários justificam o não acesso próprio ao Evangelho, à Bíblia Sagrada: analfabetismo, falta de condições de ter uma Bíblia em casa, ...). São aquelas pessoas que apenas ouviram o Evangelho e os provérbios cristãos por meio da tradição oral. Trata-se este segundo grupo de pessoas que nunca, por algum motivo, se dedicaram a ler a Bíblia, é uma afirmativa clara nas palavras de Kardec. São pessoas que conheceram um pouco dos ensinamentos do Evangelho de Jesus oralmente, ouvindo a leitura e as locuções de terceiros. O que move estas pessoas a admirarem a beleza do Evangelho de Jesus, e a mostrarem essa admiração, chamando a todos a perceberem a sua sublimidade e para a necessidade de vivenciá-la é apenas o acreditar, e deste acreditar somado às necessidades da alma vem a fé que se desenvolveu dentro delas unicamente pelo contato oral com o Evangelho, seja na igreja que frequentam, seja em outros ambientes. É bom para estas pessoas terem desenvolvido a fé cristã mesmo que desta forma, não é relevante o motivo pelo qual elas tiveram acesso ao Evangelho assim, de forma truncada, pela transmissão oral, o que importa é que desenvolveram a fé cristã, desenvolveram uma esperança num porvir feliz, uma certeza de que um dia as aflições que sofrem desaparecerão para sempre, e as que vivem uma certa paz esperam o mesmo futuro de felicidade. Mas o que Kardec chama os leitores da introdução do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" a perceber é o prejuízo que provoca a falta da leitura dos textos bíblicos, justificando que através de uma leitura reflexiva e crítica de tais textos os leitores estão tendo contato direto com as palavras e os ensinamentos cristãos, podendo assim conhecer os ensinamentos vindos de Jesus, em se tratando de pessoas não letradas (analfabetizadas) o acesso correto dos ensinamentos de Jesus só pode ser conseguido estando-se junto, ao lado, de uma pessoa que possa estar abrindo o Evangelho em sua frente e ler em um ambiente restrito, reservado, como o próprio lar, onde a pessoa não letrada tenha condições de a atenção concentrada para poder entender quanto ao que vai ouvir. Mas Kardec sendo sabedor com certeza das muitas alterações pelas quais passaram os textos bíblicos da Bíblia Sagrada não quis deter-se a mais este aspecto nesta introdução que ele escreveu, por não ser o assunto objeto deste livro, e sim, os ensinamentos de Jesus transmitidos pelos Espíritos Superiores.

"Poucos, no entanto, a conhecem a fundo e menos ainda são os que a compreendem e lhe sabem deduzir as consequências.". Os que conhecem a fundo todo o ensinamento do Evangelho cristão, o Novo Testamento, são aqueles que, tendo uma Bíblia Sagrada à mão, e sendo o livro utilizado pela religião que seguem, se empenham em conhecê-la para procurar vivenciá-la e ensiná-la a outros, das pessoas que estudam a Bíblia são poucos os que a conhecem minuciosamente. Mas dos que conhecem o conteúdo da Bíblia Sagrada a fundo são ainda bem poucos os que a compreendem profundamente, que entende 
a verdadeira lição de moral evangélica contida nas palavras textuais, percebendo claramente as consequências morais para a vida

"A razão está, por muito, na dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho que, para o maior número dos seus leitores, é ininteligível. A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem ...". A razão de não se compreender a verdadeira lição contida em todos os livros da Bíblia é a linguagem utilizada, pois por não ser a linguagem usual das pessoas desde há muitos séculos e milênios atrás torna-se de difícil compreensão. O problema da alegoria contida nos livros da Bíblia Sagrada tem razões diferentes historicamente para cada um dos dois agrupamentos destes livros que são o Velho Testamento e o Novo Testamento. É que não pertencendo ao nosso espaço e tempo, que é o hoje, bem como todos os acontecimentos e 
a linguagem da época antiga, que é o ontem, as expressões e frases da época contidas no Velho Testamento perderam significado hoje, tornando-se alegorias acidentais (alegorias foram de fato utilizadas intencionalmente ao longo da Idade Clássica da Humanidade, por exemplo, entre os filósofos gregos e romanos, isso é uma outra situação diferente da situação do Velho Testamento). Com o passar de séculos perdeu-se a significação contextualizada, pois a linguagem humana, o conhecimento e a tecnologia se desenvolveram bastante, transformando a realidade social ao que é hoje, substituindo-se expressões, frases e a compreensão da realidade que na época representavam o que se via e vivia. Já no Novo Testamento a alegoria se faz propositalmente presente, pois foi introduzida por Jesus intencionalmente, para que de alguma forma as pessoas compreendessem até onde elas pudessem abstrair o ensinamento. 

"A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem fazem que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito. Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas. Impossível, então, apanhar-se-lhes o conjunto e tomá-los para objeto de leitura e meditações especiais.". A situação da linguagem bíblica ser apresentada de forma alegórica e mística não é todo intencional, como visto anteriormente. Esta situação teve significações e influências históricas e culturais diferentes a cada época diferente da Humanidade, na época atual, mais do que em épocas passadas, o alegórico e o místico assumiram uma concentração ainda maior de suas qualidades sobre o homem moderno, pois encontra-se hoje grandemente distanciado da origem histórica em que estes textos bíblicos surgiram, perpetuando-se a significação original como algo misterioso, ininteligível, desde então. Com isso, ao passar dos tempos históricos, tempos distanciados dos primeiros séculos desde o advento dos textos bíblicos, tais textos passaram a se tornar ao longo do tempo e de forma crescente cada vez mais difíceis de serem compreendidos, detendo-se os religiosos leitores de cada época às palavras não compreendidas por eles de forma cega, não explicadas de forma franca pelos representantes religiosos, tornando assim a incompreensão textual como algo que faz parte do "sagrado" inviolável, pois que não podia e não se pode hoje ser decifrado sob o argumento de violação deste "sagrado", que passou a ser tratado também como mistério. Esta situação assim imposta aos fiéis de todas as religiões cristãs seguidoras da Bíblia Sagrada, em todos os tempos, tira-lhes a responsabilidade de ter uma consciência ampliada, e do dever de agir de forma verdadeiramente correta como cristãos, permitindo-lhes o direito de errar com o próximo. Kardec exemplifica essa falta de compreensão e de noção adequada do dever moral lembrando que a prece é tratada da mesma forma que o conteúdo da Bíblia, assim as pessoas oram o Pai Nosso, como outras orações religiosas, sem ter o conhecimento da significação de cada palavra e frase ditas durante o momento de orar, acreditando que serão abençoados por Deus mesmo não compreendendo nada, apenas repetindo palavras decoradas como dever imposto pela religião e pela fé não raciocinada (os referidos fieis não deixam de estar certos, mas até certo ponto, porque os que nada entendem, mas oram repetidas vezes a oração pronta, orando com o coração sincero e nobres intenções e sentimentos, são tão correspondidos pelo Alto quanto aqueles que entendem o que oram, mas aqueles que nada sentem na alma quando oram, nada recebem do Alto.). Com isso, tanto os textos da Bíblia Sagrada quanto o texto que compõe cada oração, que encerram importantes lições morais, continuam como que códigos não decifrados, apenas inteligível ao nível linguístico, e por isso, não compreendidos.

B) "É certo que tratados já se hão escrito de moral evangélica; mas o arranjo em moderno estilo literário lhe tira a primitiva simplicidade que, ao mesmo tempo, lhe constitui o encanto e a autenticidade. Outro tanto cabe dizer-se das máximas destacadas e reduzidas à sua mais simples expressão proverbial. Desde logo, já não passam de aforismos, privados de uma parte do seu valor e interesse, pela ausência dos acessórios e das circunstâncias em que foram enunciadas.". Os tratados de moral evangélica, ou seja, teses de qualquer nível de graduação acadêmica, artigos e livros religiosos, etc., de fato trazem riquíssimas considerações antes não percebidas, e nem pensadas através da percepção popular por meio da qual reside a visão do senso comum, por isso todos os tratados religiosos de qualquer qualificação que se queira dar tecnicamente são valiosos, e enriquecem o pensamento e a religiosidade humanas, mas, tratam-se estes textos apenas em serem interpretações bastante profundas e nobres das lições evangélicas, e não dos próprios textos evangélicos em si, com isso as pessoas que as leem não estão lendo os textos evangélicos originais dos quais nasceram tais tratados religiosos, e com isso fica-se sem saber se as interpretações do Evangelho contidas nos referidos textos são interpretações fieis, só o sabe quem conhece os textos bíblicos quando lê um texto religioso. A "primitiva simplicidade" e "o encanto e a autenticidade" são marcas únicas de fato dos originais textos bíblicos de imemoriais tempos da Idade Antiga antes e depois de Jesus Cristo (Velho e Novo Testamento), bem como da tradução destes textos em diversos idiomas, ainda que estas traduções não tenham sido fiéis ao original. Com o destacamento de "máximos ensinamentos cristãos" do texto original, transformando-as em frases de sabedoria, como os tais "provérbios", de fato é tirar-lhes toda a contextualização temporal e significativo da linguagem de um texto completo da qual faz parte, a descontextualização chega até a alguns casos omitir o seu autor, e assim há casos de provérbios e frases cristãs ditas pelo próprio Jesus que nem se quer se sabe popularmente que foi Ele quem disse, apenas algumas pessoas.

C) "Para obviar a esses inconvenientes, reunimos, nesta obra, os artigos que podem compor, a bem dizer, um código de moral universal, sem distinção de culto. Nas citações, conservamos o que é útil ao desenvolvimento da ideia, pondo de lado unicamente o que se não prende ao assunto.". Os artigos a que se refere Kardec são as mensagens psicografadas, ditadas pelos Espíritos Superiores, pois sendo eles os porta vozes de Jesus, trazem eles mesmos a verdadeira lição Evangélica, além do que os Espíritos Superiores não representam religião nenhuma, representam apenas a Jesus, com isso a Doutrina Espírita, ou Espiritismo, é apenas a codificação dos ensinos destes espíritos de escol. Assim sendo os ensinos contidos nas obras do pentateuco kardequiano, bem com os contidos em todas as obras posteriores a estas do pentateuco, psicografas pelos já então espíritas desde o advento do Espiritismo até os dias de hoje, também compreendem os ensinos dos Espíritos Superiores que se dedicaram à codificação do Espiritismo, e de outros Espíritos Superiores que também vieram após estes, e vêm contribuir para a divulgação dos conhecimentos celestes cristãos. Desta forma é assegurado o verdadeiro ensinamento celeste, pois que não são proferidos por pessoas falíveis de qualquer religião existente no mundo, a única forma de adulteração destes ensinamentos é por meio do personalismo das pessoas que compõem o movimento espírita em qualquer parte do mundo quando vão transmitir estes ensinamentos (trata-se daquela velha brincadeira infantil do telefone sem fio).

"Além disso, respeitamos escrupulosamente a tradução de Sacy, assim como a divisão em versículos. Em vez, porém, de nos atermos a uma ordem cronológica impossível e sem vantagem real para o caso, grupamos e classificamos metodicamente as máximas, segundo as respectivas naturezas, de modo que decorram umas das outras, tanto quanto possível.". A utilização da Bíblia no presente livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" por meio da escolha de um tradutor bíblico de sua época no qual Kardec depositava profunda confiança quanto ao máximo de autenticidade, fidelidade que este tradutor tinha aos textos bíblicos originais, foi de suma importância para corresponder às mensagens psicografadas que Kardec selecionou para integrar o livro, foi assim que Kardec viu em Sacy a mais perfeita aproximação das verdadeiras palavras cristãs. Assim Kardec não viu importância evangélica em colocar as mensagens em ordem cronológica, tal como vemos na evolução em capítulos nos quatro livros do Novo Testamento, optando por organizar o Evangelho Espírita por temas morais, de modo a indicar na sequência por capítulos a inter relação moral entre elas.

D) "
A indicação dos números de ordem dos capítulos e dos versículos permite se recorra à classificação vulgar, quando oportuno. Esse, entretanto, seria um trabalho material que, por si só, apenas teria secundária utilidade. O essencial era pô-lo ao alcance de todos, mediante a explicação das passagens obscuras e o desdobramento de todas as consequências, tendo em vista a aplicação dos ensinos a todas as condições da vida. Foi o que tentamos fazer, com a ajuda dos bons Espíritos que nos assistem."Quanto a necessidade de se buscar a classificação vulgar diz respeito a querer-se consultar diretamente na Bíblia o mesmo trecho citado no livro espírita, o que é secundária utilidade, pois a real importância está nos ensinamentos evangélicos de Jesus, esclarecidos pelos Espíritos Superiores por meio das mensagens elucidativas que transmitiram por meio dos médiuns da época da codificação Espírita. Os ensinamentos trazidos pelos Espíritos Superiores são muito valiosos porque tiram da condição de mistérios as palavras de Jesus, e assim trata-se de uma forma de decodificação, de decifração, tais ensinamentos, trazendo à luz do verdadeiro entendimento os ensinamentos tão sublimes e perfeitos DEle em todos os sentidos da educação evangélica de que a Humanidade é carente de ter. É como se todo o ensinamento de Jesus viesse a completar o livro sagrado de todos os povos, vindo a trazer sobre estes livros a devida correção evangélica, o que até hoje não foi aceito por alguns povos, e dentre eles os próprios hebreus (hoje os israelitas), sendo aceito apenas pelos povos que abraçaram a Bíblia Sagrada do ocidente. Para os povos que ainda não aceitaram os ensinamentos de Jesus, colocando-O na posição de profeta, consistem tais ensinamentos, bem como o próprio livro sagrado que seguem, duas "caixas surpresas" que precisam ser abertas, só resta saber se estas duas "caixas surpresa" serão abertas a tempo, antes que tudo passe nesta Humanidade.  

O objetivo de Kardec quanto a elaboração deste livro, "O Evangelho Segundo o Espiritismo", é tornar acessível a verdadeira significação de cada ensinamento de Jesus, e por isso Kardec justifica a utilização da transcrição de trechos do Novo Testamento, e não o estudo minucioso por capítulos e versículos da Bíblia Sagrada como fazem as outras religiões. Os trechos do Novo Testamento trazem as palavras de Jesus, que são explicadas pelos próprios Espíritos Superiores, os quais nos mostram ainda as consequências de cada conduta moral que Jesus apresentava de forma alegórica às populações que o ouviam, por este motivo Kardec colocou trechos do Novo Testamento antes de cada mensagem ditada pelos Espíritos Superiores. 



Heliana Staut




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