sábado, 5 de agosto de 2017

Os Mensageiros







Raciocínio  Espírita
Albino Teixeira


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Raciocínio   Espírita
Albino Teixeira




Servir onde estivermos e tanto quanto pudermos será sempre o programa para qualquer de nós - os tarefeiros encarnados e desencarnados do Evangelho -, na faixa de trabalho em que nos situamos.

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A Lei do Senhor compreende perfeitamente que disponhas de casa confortável, tão confortável quanto queiras, mas sem relegar à nudez os irmãos esfarrapados que te cruzam a porta; que te banqueteis, tanto quanto desejes e com quem desejes, mas sem largar o vizinho morrendo à fome por falta de pão; que te movimentes de carro, tanto quanto te proponhas, mas sem fugir de auxiliar os companheiros do caminho para que não vivam descalços; que ajuntes o dinheiro, por meios justos, no tamanho de teus ideais para o sustento de tuas realizações, mas sem negar aos irmãos em penúria a sobra de tuas obras; que uses os perfumes de tua predileção na esfera da apresentação pessoal, segundo o teu gosto, mas sem deixar o próximo em aflitivas necessidades materiais, desprevenido de sabão para a própria limpeza; que frequentes as diversões dignas, conforme a permissão de tua consciência, tanto quanto puderes, mas sem esquecer de levar, sempre que possível, algumas horas de alegria aos lares em sofrimento.

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Em verdade, não consegues liquidar os problemas e provações que vergastam a Terra mas podes e deves cooperar com a Lei do Senhor, na extensão da bondade e do socorro, na área de tua própria existência.

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Deus nos dá o máximo de bênçãos.

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Saibamos dar, pelo menos, o mínimo de nossas possibilidades.

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Deus nos dá tudo.

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Aprendamos a dar, pelo menos, um pouco.







Do livro "Paz e Renovação", ditado por espíritos diversos. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.











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"Servir  Onde  Estivermos"



Quando conseguirmos compreender profundamente, no imo de nossa alma, que as atividades de trabalho voluntário das quais participamos, atividades estas oferecidas pela casa espírita que frequentamos, é nos aula de aprendizado, uma escolaridade do exercício da Caridade, e não somente uma oportunidade de nos doarmos aos que precisam, teremos finalmente atingido o objetivo final dessas experiências das quais nós mesmos nos sentimos necessitados de realizar, e que nos realiza tanto. O objetivo final dessas experiências de trabalho voluntário é fazer o que Albino Teixeira diz logo no início de seu texto elucidativo: "Servir onde estivermos e tanto quanto pudermos . . .".

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Quando conseguirmos finalmente atingir o "Servir onde estivermos e tanto quanto pudermos . . .", . . . !. De fato estaremos nos sentindo livres da dependência de uma casa espírita para servir ao próximo no que ele precisa; estaremos saindo de nossas residências ao longo da semana, ou em dia determinado, nós mesmos sozinhos (e em alguma vez, ou todas as vezes, acompanhados por uma ou mais pessoas) para realizarmos nós, por iniciativa própria, atividades fraternas aos que possuem menos do que nós (menos espiritualmente, e menos materialmente), dentro de nossas posses materiais e espirituais, tal como Albino Teixeira nos diz ". . . e tanto quanto pudermos (. . .). Saibamos dar, pelo menos, o mínimo de nossas possibilidades.". Não significando, por esse despertar, que tenhamos que nos afastar das atividades fraternais das quais já participamos na casa espírita, ou que tenhamos que criar uma casa espírita ou uma equipe para a realização das atividades fraternas. A lição que Albino Teixeira nos traz é a do despertamento para realizarmos a fraternidade por nós mesmos, sem dependência de uma instituição para isso, é sairmos de nossa residência para tirarmos realmente tão somente de nós mesmos para dar aos que precisam, estaremos entendendo que esse "dar" não reside somente no material. Seremos então os tarefeiros do Bem em qualquer lugar, como bem diz Albino Teixeira.

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Para nos doarmos, como bem diz Albino Teixeira, nos doaremos na medida de nossas possibilidades, e que " Saibamos dar, pelo menos, um pouco.". Isto é, que para nos doarmos verdadeiramente teremos finalmente entendido que doaremos o que temos, que para nos doarmos não é necessário termos muito, termos uma abastança. A única pessoa que conseguia dar algumas vezes em abastança, mas porque a necessidade pedia, é o Nosso querido Jesus, nos repetidos episódios da multiplicação dos pães e dos peixes, tanto para a população que ouvia com sede as Suas palavras de Consolo, quanto para os apóstolos quando estavam a sós longe do povo. Mas há uma abastança que podemos dar de nós mesmos, a abastança do que temos de dentro de nós, sendo materializado no modo do gesto externo (material e espiritual) a que formos compelidos por aqueles que precisam de "socorro".

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Portanto, nos desprendamos psicologicamente do mundo das formas, para conseguirmos enxergar a verdadeira forma do que é a Caridade, e não caridade. Exemplos há perto ou longe de nós em nossa vida cotidiana que mostram para nossos olhos a Caridade verdadeiramente aprendida e exercida, e são pessoas que geralmente possuem muito menos do que nós, e do muito menos que possuem conseguem doar.  Exemplos há também em passagens do Evangelho Segundo o Espiritismo, como este abaixo:

CAPÍTULO XIII
Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS


13. Chamo-me Caridade; sigo o caminho principal que conduz a Deus. Acompanhai-me, pois conheço a meta a que deveis todos visar.


Dei esta manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho dizer-vos: “Ó meus amigos, que de misérias, que de lágrimas, quanto tendes de fazer para secá-las todas!” Em vão, procurei consolar algumas pobres mães, dizendo-lhes ao ouvido: “Coragem! há corações bons que velam por vós; não sereis abandonadas; paciência! Deus lá está; sois dele amadas, sois suas eleitas.” Elas pareciam ouvir-me e volviam para o meu lado os olhos arregalados de espanto; eu lhes lia no semblante que seus corpos, tiranos do Espírito, tinham fome e que, se é certo que minhas palavras lhes serenavam um pouco os corações, não lhes reconfortavam os estômagos. Repetia-lhes: “Coragem! Coragem!” Então, uma pobre mãe, ainda muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e a estendeu no espaço vazio, como a pedir-me que protegesse aquele entezinho que só encontrava, num seio estéril, insuficiente alimentação.


Alhures vi, meus amigos, pobres velhos sem trabalho e, em consequência, sem abrigo, presas de todos os sofrimentos da penúria e, envergonhados de sua miséria, sem ousarem, eles que nunca mendigaram, implorar a piedade dos transeuntes. Com o coração túmido de compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles e vou, por toda parte, estimular a beneficência, inspirar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é que aqui venho, meus amigos, e vos digo:“Há por aí desgraçados, em cujas choupanas falta o pão, os fogões se acham sem lume e os leitos sem cobertas. Não vos digo o que deveis fazer; deixo aos vossos bons corações a iniciativa. Se eu vos ditasse o proceder, nenhum mérito vos traria a vossa boa ação. Digo-vos apenas: “Sou a caridade e vos estendo as mãos pelos vossos irmãos que sofrem.”


Mas, se peço, também dou e dou muito. Convido-vos para um grande banquete e forneço a árvore onde todos vos saciareis! Vede quanto é bela, como está carregada de flores e de frutos! Ide, ide, colhei, apanhai todos os frutos dessa magnificente árvore que se chama a beneficência. No lugar dos ramos que lhe tirardes, atarei todas as boas ações que praticardes e levarei a árvore a Deus, que a carregará de novo, porquanto a beneficência é inexaurível. Acompanhai-me, pois, meus amigos, a fim de que eu vos conte entre os que se arrolam sob a minha bandeira. Nada temais; eu vos conduzirei pelo caminho da salvação, porque sou — a Caridade. – Cárita, martirizada em Roma. (Lyon, 1861.)


Então somente o nosso amadurecimento interior poderá nos apontar onde existem as necessidades humanas, e de forma que poderemos dar de nós, mesmo podendo dar apenas pouco: consolos, orientações, esclarecimentos, ensinar uma atividade, doações materiais (remédios, vestimentas, alimentos, e outros recursos que à nossa vista se evidenciam). Quando conseguirmos alcançar dentro nós o entendimento do objetivo de nossa participação em atividades fraternais à partir da casa espírita, e o entendimento inequívoco do que é nos doarmos verdadeiramente, estaremos prontos para darmos de nós espontaneamente.

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Quando chegarmos a alcançar o aprendizado do desprendido exercício da Caridade, objetivado pelo Plano Espiritual Superior como parte de nossa evolução espiritual: que a deseducação dos que receberão de nós traduzida pela ingratidão e má educação nos sirva de estímulo para perseverarmos sempre, para continuarmos a nos doar aos que precisam. Que sejam as muitas e variadas expressões da deseducação mais uma necessidade a ser socorrida por nós.

Até quando jornadearemos acomodadamente na condição de aprendiz! Sabemos que não é fácil nos doarmos da forma tão plena assim descrita, mas é exatamente isso que nos mostra que estamos jornadeando no aprendizado ainda. Por isso, o que parece ser impossível no nosso hoje amanhã poderá ser fácil. Poderá! Porque pessoas há no cotidiano da vida que já exemplificam de modo natural a verdadeira auto-doação, a Caridade, mostrando-nos que não é impossível.





Heliana  Staut



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Em poucas palavras!


Não façamos de toda uma vida que é nossa a jornada do aprendiz da Caridade, que depende sempre de uma instituição para concretizar a auto-doação. Procuremos por em prática na nossa vida tantas formas quantas forem possíveis a Caridade, e não a caridade, enquanto ainda é tempo, para que não se suceda que, tal como na parábola do homem rico fazendeiro com seus silos cheios de grãos, que quando chegou o dia de sua passagem para o plano espiritual não tinha ainda aprendido a Caridade. Façamos de nossos silos pessoais a nossa limitada riqueza da qual podemos dispor aos que precisam. A presente lição, de tão profunda e tão perfeita parece inatingível, entretanto, a lição já foi ensinada por Jesus, então podemos nos esforçar.




Heliana  Staut


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